"Não construímos casas, construímos sonhos."

Sessão foi de alta para ações de empresas do setor mais voltadas à baixa renda, como MRV, Tenda, entre outras, em um dia também de ânimo para o mercado.
Na véspera, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) informou que prepara um pacote de medidas para melhorar as condições do programa Casa Verde e Amarela (CVA).

A XP destaca quatro pontos principais do anúncio feito pela pasta, listados a seguir:

1º – aumento de 0,15% no multiplicador de subsídio do programa CVA, gerando um crescimento de 12,5% a 21,4% no benefício dependendo da renda familiar e da região. A medida é válida a partir de junho até 31 de dezembro. O MDR também destacou que ela não precisará de aprovação do conselho curador do FGTS;

2º – Proposta de aumento do limite de renda familiar para os grupos 2 e 3 do programa CVA, que pode beneficiar grupos de R$ 4.001 a R$ 4.400 e de R$ 7.001 a R$ 7.700 com taxas de juros imobiliárias menores;

3º – Proposta de aumento do prazo de financiamentos de 30 para 35 anos. No entanto, essa medida depende de alteração legal e requer aprovação via medida provisória e

4º – Avaliação do Ministério sobre a redução das taxas de juros imobiliárias de 8,3% para 7,6% para linha pró-cotista, o que deve melhorar a acessibilidade, e se tornando um hedge para um eventual cenário de aumento de juros no financiamento imobiliário para faixas mais altas.

Para o Credit Suisse, as mudanças a serem instituídas são positivas e altamente esperadas, ainda mais levando em conta que as construtoras se afastaram do segmento devido à pressão inflacionária nos custos (lançamentos caíram de 56% do volume total de lançamentos no primeiro trimestre de 2021 para 42% no primeiro trimestre de 2022).

“A nova curva de subsídios é um alívio para todo o setor, pois aumenta o número de famílias elegíveis ao programa, apoiando um ambiente de melhor acessibilidade. Portanto, as empresas têm mais potencial para aumentar as vendas e reduzir o impacto de custos mais altos nas margens. Eles lembram dos novos ajustes programados, como aumentar a faixa de renda elegível, concessão de período de carência de seis meses e extensão do prazo do empréstimo.

De acordo com o Ministério, as novas condições podem impulsionar as vendas do CVA para 400 mil unidades até o final do ano (um incremento de 300 mil em relação ao volume atual vendido e um crescimento de 15% em relação a 2021).

Neste contexto, os analistas do Credit destacaram preferência no segmento pela MRV (MRVE3), cuja ação foi elevada na véspera por eles. Além do cenário mais favorável com os ajustes do programa CVA, os analistas também veem potencial de valorização para o papel vindo das operações americanas da companhia.

A XP, por sua vez, destaca, além de MRV, Tenda (TEND3), Direcional (DIRR3), Cury (CURY3) e Plano & Plano (PLPL3) os nomes beneficiados.

“Vemos essas mudanças como positivas para o programa como um todo e reiteramos nossa recomendação de compra para nomes com exposição ao topo do Programa CVA (Cury e Direcional)”, destacam os analistas da casa.

As ações destas empresas têm um dia de fortes ganhos, também na esteira da sessão mais positiva para o mercado como um todo. O papel da MRVE3 avançou 6,35%, a R$ 10,38, TEND3 subiu 6,61%, a R$ 5,32, enquanto DIRR3 teve alta de 6,95%, a R$ 11,54. CURY3 e PLPL3 tiveram ganhos respectivos de 5,48% (R$ 6,54) e 7,23% (R$ 2,67).

O Bradesco BBI também saudou as mudanças, assim como os esforços do governo para aumentar a atratividade e viabilidade do programa Casa Verde e Amarela.

No entanto, os analistas do banco apontam que não há uma única iniciativa de forma a compensar totalmente as pressões de custo contínuas nas margens das construtoras.

Portanto, avaliam, as discussões não devem se limitar a subsídios e também podem incluir mudanças em termos de faixas de renda e tetos de preços, o prazo máximo da Caixa Econômica Federal para financiamentos através do FGTS e cortes temporários de taxas. Isso de forma a permitir que as construtoras repassem custos mais altos aos preços sem prejudicar significativamente a acessibilidade.

Fonte: https://www.infomoney.com.br/mercados/mudancas-cva-alivio-construcao-civil-acoes-beneficiadas/amp/

 

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